INSCRIÇÕES
Jigoro Kano nasceu em 28 de outubro de 1860. Em 1871, ano da proibição das armas, Kano e sua família se mudaram para Tóquio. Aos 18 anos, aluno da Universidade Imperial de Tóquio, Jigoro Kano começou a treinar o Jujutsu, atraído pela perspectiva de que um homem frágil pudesse derrubar um gigante.
Começou a treinar com Teinosuke Yagi, cujo estilo nos é desconhecido. Depois estudou com Hachinosuke Fukuda e Masatomo Iso, da escola Tenshin Shinyo Ryu. Aprendeu também o Kito Ryu com o Mestre Tsunetoshi Iikubo, tendo atingido os maiores segredos desses dois estilos.
Em 1882 Kano abriu seu próprio Dojô, chamado Kodokan, onde ensinava uma variação moderna do Jujutsu que ele chamava Judô. A mudança do nome se devia ao fato de que Mestre Kano não queria que sua arte tivesse a conotação negativa conferida aos praticantes de Jujutsu, pois considerava repugnante a prostituição das artes marciais através de combates remunerados e desafios. Além disso a palavra “Do”, caminho, era mais adequada aos seus objetivos: fazer do Judô um caminho, uma prática saudável para o corpo e para a mente e possível de ser praticado por homens e mulheres de qualquer idade. Em sua época era freqüente o número de acidentes sérios durante os treinos de Jujutsu. Jigoro Kano afirmou ainda que o termo escolhido, “judô”, não havia sido criado por ele, mas era muito antigo, sendo utilizado pela escola Jikishin Ryu. Para diferenciar a sua arte ele a denominava “Kodokan Judô”, nome pela qual ainda é conhecida.
Mantinha no conselho do Kodokan alguns dos melhores Mestres de Jujutsu de seu tempo, os quais forneciam a ele manuscritos e pergaminhos sobre suas técnicas mais ocultas. Como um inovador, Mestre Kano estava sempre procurando conhecimentos novos.
As técnicas mortais do Jujutsu foram transformadas em técnicas mais leves, suaves e divertidas de aprender. A obtenção de uma boa forma física foi enfatizada e a parte esportiva foi criada. Mestre Kano também desenvolveu o primeiro sistema de faixas de graduação, chamando de Kyu aos graus dos aprendizes e de Dan aos graduados. Esse sistema não existia no Japão anteriormente ao Judô. Baseado nas roupas marciais tradicionais ele desenhou um blusão forte e resistente e calças largas, para facilitar a “pegada” e os movimentos corporais. Nascia o que hoje se conhece popularmente como “kimono”.
No japonês, o termo judô é formado por duas palavras “Ju” (suave) e “Do” (caminho ou via) e significa “caminho suave (ou da suavidade)”.
O Símbolo do judô é uma flor de cerejeira que representa o Kodokan. No Japão, a flor conhecida como Sakura, simboliza a vida, o amor e a beleza.
O ideograma em Kanji (escrita japonesa) do judô é: 柔道.
Alguns golpes de judô foram proibidos, pois, podem afetar a saúde dos envolvidos.
A aquisição daquelas qualidades citadas anteriormente, tem como alicerce os três princípios filosóficos definidos por Jigoro Kano que, como ditado por ele mesmo evidenciam a principal diferença entre o JUDÔ KODOKAN e o antigo Jujitsu: “o Judô pode ser resumido como a elevação de urna simples técnica a um principio de viver” (Jitsu = técnica; Do = princípio). Esses princípios, mesmo não sendo conscientemente esclarecidos e compreendidos, estão presentes em todos os atos e atividades do praticante de judô. Por outro lado, quando o praticante tiver fixado e tomar consciência dos princípios que norteiam o judô, pode-se verificar que não são restritos ao Dojô, mas são igualmente válidos em qualquer atividade da vida diária, quando se pretende atingir um determinado objetivo.
Os três princípios do judô são:
JU = suavidade
SEIRYOKU-ZEN-YO = máxima eficiência com mínimo esforço
JITA-KYOEI = bem estar e benefícios mútuos
O princípio da máxima eficiência é aplicado à elevação ou à perfeição do espírito e do corpo na ciência do ataque e da defesa, exige primeiramente ordem e harmonia de todos os membros de uma coletividade e isto pode ser atingido com o auxílio e as concessões entre si para atingir a prosperidade e os benefícios mútuos.
O espírito final do judô, por conseguinte, é de incutir no íntimo do homem o respeito pelos princípios da máxima eficiência, da prosperidade e benefícios mútuos e da suavidade, para poder atingir, individualmente e coletivamente seus estados mais elevados e ao mesmo tempo mais desenvolvidos na arte de ataque e defesa.
O professor Kano afirma o seguinte: “Ainda que eu considere o Judô dualisticamente, a prosperidade e benefícios mútuos pode ser vista como sua finalidade última e a máxima eficiência como meio para atingir esse fim. Essas doutrinas são aplicáveis a todas as condutas do ser humano”.
A primeira escola de judô foi criada no Japão por seu fundador, Jigoro Kano: a Kodokan.
Além de desenvolver técnicas de combate do esporte, o fundador aliou essa arte marcial com a filosofia ippon-shobu (luta pelo ponto perfeito).
Para isso, ele desenvolveu 8 princípios básicos relacionados com boas ações dos indivíduos:
Cortesia, para ser educado no trato com os outros;
Coragem, para enfrentar as dificuldades com bravura;
Honestidade, para ser verdadeiro em seus pensamentos e ações;
Honra, para fazer o que é certo e se manter de acordo com seus princípios;
Modéstia, para não agir e pensar de maneira egoísta;
Respeito, para conviver harmoniosamente com os outros;
Autocontrole, para estar no comando das suas emoções;
Amizade, para ser um bom companheiro e amigo.
O judô possui diversas faixas (chamadas de obi) que indicam a graduação do judoca. Vale ressaltar que a prática de judô tem duas etapas de aperfeiçoamento chamadas de Kyu e Dan.
A ordem de faixas do judô (Kyu) possui as seguintes cores, sendo a branca a mais baixa e a marrom a última faixa do judô, que indica muita experiência:
Faixa branca (8º kyu)
Faixa cinza (7º kyu)
Faixa azul (6º kyu)
Faixa amarela (5º kyu)
Faixa laranja (4º kyu)
Faixa verde (3º kyu)
Faixa roxa (2º kyu)
Faixa marron (1º kyu)
Depois de conquistar a última faixa de Kyu, o judoca passa para as 10 fases do Dan.
Nesse momento de aperfeiçoamento, do primeiro ao quinto Dan o lutador utiliza uma faixa preta com listras brancas. Cada listra indica um dos Dans (1 a 5):
1º Dan: faixa preta com uma listra branca
2º Dan: faixa preta com duas listras brancas
3º Dan: faixa preta com três listras brancas
4º Dan: faixa preta com quatro listras brancas
5º Dan: faixa preta com cinco listras brancas
Dos 6º ao 8º Dan, o participante usará uma faixa branca e vermelha, e nos últimos níveis — 9º e 10º Dans — a faixa é inteiramente vermelha.